terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Surpresa

Engraçado como cansaço vai embora rapidinho quando a gente, de repente, percebe que está feliz. Comigo aconteceu após uma crise pessoal, irritadiça, chata. E resolvo fazer algo que não fazia há anos, sair com outra turma que não a costumeira. Fui com minha afilhada de 18 anos e uma amiga sua de 21 para uma boate de música latina.

Uma terceira aparece com ingressos que nos garantiram 50% de desconto. Detalhe, só depois de uma conversa porque, infelizmente, as entradas eram para o dia seguinte. E lá vou eu pensando o que estava fazendo lá com duas meninas com metade da minha idade. Peço uma cerveja long neck, fico bebericando, vem um fotógrafo de um blog, registra minha passagem por ali.

Então que vendo aquelas meninas dançando tão sem frescura, sem pressa, fui ficando alegre. Porque fiz algo que eu adoro, dançar. É algo como correr na praia, comer uma fatia de bolo de chocolate, entre outras coisas bem legais que não preciso dizer. Pra mim é uma catarse.

Dançamos todas, no final éramos cinco (uma das quais conhecia todos os dançarinos), das 23 às 3 da manhã. Quatro horas ininterruptas de ritmos latinos, dance, bregas rasgados, tudo tão bem dosado, que não havia como não gostar de estar ali. Agradeci o fato das meninas terem se aventurado em sair com a tia e curtido dançarmos juntas, sem a pretensão de analisar se eu, nos meus 42 anos, devia ou não estar em casa lendo um livro (coisa que também adoro fazer) ou cuidando dos meus filhos.

Confesso: minhas pernas estavam arrasadas na manhã seguinte, no mesmo dia no qual iria para um aniversário. E minha delícia foi ter encontrado tanta gente boa reunida, de idades tão variadas, além de dois DJs irresistíveis. Não vou mentir. Dessa vez fui das 21 até quase duas da manhã, nem sei bem como. Vai ver porque era sábado, porque um dos aniversariantes era alguém querido, vai ver porque todo mundo queria se divertir. E foi bom. Quando percebi estava ao lado do DJ e o sono era mais do que uma insinuação. Ainda resistente, me despedi.

O domingo, chuvoso, me fez acreditar no cancelamento da última farra do final de semana. Que nada. Poucos de nós foram, mas quem estava queria participar da orgia de beber, comer e estar entre amigos falando da vida e acreditando que a gente se alimenta disso, dessa partilha. Após 21 dias sem empregada, sem férias, em crise, aflita, tive um final de semana perfeito.

Principalmente pelo inesperado. Naquela chuva, em meio a um certo desânimo, apenas decidi ir aos três lugares, sem nenhuma expectativa e, confesso, sem grandes entusiasmos. Para minha surpresa, me diverti muito. O cansaço foi para o espaço e eu, de banzo, fiquei feliz.

Carlota
24012012

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