terça-feira, 6 de abril de 2010

Diz

Existe algo que não é dito, assim como há pessoas que, em algum momento, deixam de falar. E escondem, sublimam, anulam.
Tentei lembrar de quando começou o silêncio. Mais ou menos quando a gentileza foi posta de lado e o desejo assumiu a carne.
Estranhos que se tocam e silenciam, por não haver nada a dizer ou no temor de revelar algo profundo, sobre o qual é difícil contar.
Palavras sugestivas, estimulantes, provocadoras. Frases ditas ao ouvido, às escuras, ao som intermitente de um cd.
Uma espécie de dor essa, esconder-se da fragilidade, do querer coisas outras. Me surpreendo com esses silêncios, sem partilha, entrega. Mas houve dias de entrar no jogo e ficar e também de ter angústia.
Quando não é preciso dizer o encontro suprime a falta. Quando não há compaixão, o silêncio cala fundo.

Carlota 06042010

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