segunda-feira, 23 de abril de 2012

Beleza

Eu sempre amarei a beleza. A linha do horizonte. O mar com nuvens pairando logo acima dele à noite. Eu sempre vou amar pessoas que amam a felicidade. Que se alegram. A música.

Eu sempre vou amar quem me encontre em uma tarde cálida e me fale verdades e mentiras. Eu sempre vou amar o barulho do mar. E cada abraço de cada um dos filhos amigos você.

Eu sempre vou odiar mesmice. Sempre odiarei um dia atrás do outro sem noites legais no meio. Vou odiar quem pensa que o começo pode ser mais tarde. Vou odiar meu tempo perdido.

Guardarei meu rancor mais profundo para os que tiram a vitalidade dos outros. Para quem se ofende após ter ofendido. Para quem torce a história e se faz de vítima. Vou odiar mortalmente minhas noites insones.

No amor, entrego: odeio cartas melosas, odeio silêncios abismais, separações. No ódio, amo a vibração que a ira provoca. Amo a intensidade com a qual a raiva nos torna humanos, a velocidade com que o desespero é dissipado para que o olhar dizime a pessoa com a qual travamos a batalha.

No amor, no ódio, sou cada um. Em cada face que cada um revela.

Carlota
23042012

2 comentários:

  1. Eu sempre vou amar esses textos da Carlota que nos desnuda, que nos entrega que nos leva ao auto-encontro!

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  2. Gabriel, a gente precisa marcar para tomar um café. Pode convocar Anna Constantino, se ela já voltou de Petrolina. Um abraço,

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