Uma noite dessas entrei
no quarto do meu filho para vê-lo dormir. Abri a janela, ajeitei o lençol,
acariciei seu rosto, enroscando a mão direita em seus cachos claros, com
suavidade, para que não despertasse. E escuto a voz rouca desse menino/rapaz
que quase ultrapassa sua cama dizendo: mãeeee. Estendeu para mim seus braços e
me prendeu entre eles, num momento de encaixe entre nós dois. Beijei-o,
desejei-lhe boa noite, sonhos felizes, o abençoei com meu deus. E o coração
nesse momento encontrou paz.
Quando ainda éramos
casados, o pai costumava sempre ir ao quarto deles, como a protegê-los no sono,
com beijo de boa noite quando chegava tarde. E nesse momento meu filho mais
velho falava dormindo “eu te amo, pai”. No que eu suspirava, quase em ciúme,
porque nunca consegui o mesmo. Então que esta semana, quando ele me abraçou, disse
a mim mesma: agora ele também me sente.
Pode ser um grito
desesperado, um abraço. Pode ser nossa forma de não gritar. Usando o facebook, lembro de ter lido o post de uma ex-aluna pedindo um abraço. No que
prontamente foi atendida em uma série de comentários de afeto. Ainda ontem uma
amiga falou na vontade de um abraço de mãe. Amparo, aconchego ou apenas a
familiaridade de quem nos recebe sem perguntas, com nossas luzes e sombras,
nesse abraço materno.
O meu era de vó. Uma
matrona poderosa, calada e observadora. Que me deixava deitar ao seu lado,
abraçando aquele corpo gordinho e quente. Se havia tristeza, era partilhada. Se
havia dor, ela ia se esvaindo. Se era felicidade, alegria, alegria nesse abraço
de vó.
Esta semana foi
pautada por abraços. Começando no domingo, pelo de minha filha, geralmente a
primeira a se afastar do carinho. Acostumada que estou a uma certa impaciência
dela em abraços demorados, estranhei quando ela me puxou novamente,
ampliando a permanência de nós duas.
O abraço é um jeito de
ser sincero e falar “hoje eu pensei em você”. Também uma maneira de sentir por
inteiro, de vislumbrar a alma ou confessar: preciso, preciso, preciso. Recebi e
dei abraços esta semana. Alguns quase pedi. Outros, espontâneos e tranquilos,
abriram caminho para um riso entregue, cumplicidade, certezas. Não abracei uma
causa, não abracei meus vizinhos, anda travo com algumas pessoas. Mas ele está
lá, porque hoje pensei em você. E desejei lhe abraçar.
Para amigos muito
queridos, na sequência da semana: Pedro Bezerra, Jullimária Dutra, Gabriela
Valadares, Ana Maria, Margarette Andrea, Pedro Medeiros, Cláudio Bezerra. E, também, aos três
seres fantásticos que me recebem e acordam com beijos, abraços, felicidade:
Igor, Marina, Ian.
Carlota
10032012
muito fofo!!!!!!!!!
ResponderExcluirAdorei!
E UM GRANDE ABRAÇO!!!!!!!!!!
beijo, abraço, muito amor pra tu :)
ResponderExcluirE o livro
ResponderExcluirVai chegar.
ResponderExcluirQue postagem mais linda, mais doce, mais repleta de algo pra lá de supremo...
ResponderExcluirMenina, assim é muito né? Feliz.
ExcluirCada leitura de texto da Carla desperta em mim um aperto gostoso no peito.
ResponderExcluirMemórias, saudade, afago, tristesas e alegrias compensadoras...
Que texto remoso... saudades do abraço da minha mão... distante...
Abraço é uma espécie de aroma que a gente guarda na lembrança pra viver ele de novo vez em quando. Abraço, Gabriel.
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