Eu poderia dizer mil vezes que eu não tenho nenhuma leveza.
Que sou uma alma angustiada. Que tenho uma
gastrite que me ataca de vez em quando e me obriga a um tratamento de 30 dias
com omeprazol. E que óleo essencial de lavanda pra mim é tão necessário quanto um beijo bom.
Eu queria mesmo era dizer de novo que não, não sou calma. E
que dentro de mim ficam se balançando todas as cartas do tarô: o diabo, o
eremita, o louco, a roda da fortuna, sol, lua e imperatriz. E que jogo o I
Ching e ele me aconselha a ficar em silêncio, a perceber as virtudes do sábio,
a observar a natureza da água, da montanha, do ar.
Aproveito e entrego que leio mensalmente o horóscopo de Susan
Miller. E digo, puta merda, de novo Saturno tá lascando minha vida! Que já pensei em jogar tudo para o alto e se não jogo nunca é porque
alguns laços são queridos e importantes demais. Que bate um cansaço do caralho quando a rotina ainda me inclui um trânsito
insuportável e viagens de avião em pequenos intervalos. E que gosto de Jack
Daniel’s e Malboro. E sinto falta de dançar.
Mas também quero falar dessa vontade de distribuir amor
quando estou feliz. Que envio ondas mentais de carinho para meus queridos. Que
saudade quando aperta me faz ligar e propor um café, uma cerveja, qualquer
desculpa para conversar bem muito e abraçar ainda mais.
Que abraço pra mim é o cumprimento mais legal do mundo. E
nele entrego bons desejos. E recebo ondas e mais ondas de coisas lindas. E
talvez daí chegue uma leveza de quem franze a testa apenas porque é míope. E,
pela miopia, às vezes deixa de reconhecer alguém ou perceber o quanto uma
criatura é interessante.
E esse arrodeio todinho foi para agradecer às pessoas da
minha vida, e aos que estão pertinho apenas pelo bem-querer, os abraços, beijos e afagos
pelo meu ano novo. E pela leveza que veem em mim.
Carlota
08102015
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