Aprendi a beber vinho faz pouco. Não tem dez anos. E o
Malbec foi aquisição recente. Desta vez, sem nenhum conselho para comprar o
vinho. Só mesmo a vontade de fazer uma receita que o incluía como
ingrediente especial. A receita não chegou a ser realizada. Além dele, haviam outros
itens gourmet totalmente alheios à minha geladeira. Antes de sair para comprar tudo o que faltava,
abri a garrafa e me rendi. Malbec, assim como o Cabernet e o Tempranillo, são uma delícia.
Beber vinho é aprender a distinguir sabores. Não conheço os
aromas frutados, nem descrevo a bebida pela baunilha ou o amadeirado. Apenas encaro o fato de que vou abrir uma garrafa e não irei conseguir
bebê-la inteiramente. Se estou sozinha, eu me encaixo em pensamentos e procuro sentir se
gosto ou não do que experimento. Tranquila. Vinho é um prazer lento. Se
não, se perde o gosto e nem se percebe as nuances presentes.
O danado faz a gente parar e ouvir o coração. Ver a cidade.
A noite. Curtir as companhias e a comida. Permite aquecer o corpo e deixá-lo
mais leve. É vestígio de épocas remotas, cujos brindes remontam imperadores. E hoje,
incrivelmente, estão ali também por você.
Em alguns dias, a presença de amigos é imprescindível.
Outros, pedem pausa. O vinho ajuda a compreender essa alternância de humores.
Com seus sabores e perfume, indica o que vai combinar ou não naquele dia. E se
ele está pertinho, beba uma taça e esqueça as 200 calorias incorporadas à sua dieta.
Vinho também é celebração. Passagens bíblicas indicavam isso
há tempos. Celebrar a vida, saber que ela é possível, incrível,
estimulante. Se você se deixa levar sem medo nem muita frescura. Se você curte
companhias, se abre espaço para ciclovias, se de repente deixa o mundo de lado
e vai conferir o mundo que há em você.
Tem horas que, assim como
brigadeiro e abraço, só um Malbec salva. Na absoluta falta de vontade de abrir
um vinho, abra espaço para experimentar coisas novas. E viva. Vale a pena.
Carlota
07042014
Assim como você, fui aprendendo a beber, ou melhor, a gostar de vinho aos poucos e há pouco tempo. Mas, sem dúvida, ele potencializa todos os prazeres, seja o de viver, o de namorar, ou mesmo o de estar só com seus pensamentos. Tudo fica mais gostoso, mesmo que seja apenas uma tacinha.
ResponderExcluirComentário gostoso vindo de você, Marina. Saúde! É beijos :)
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