segunda-feira, 7 de abril de 2014

Quando só um Malbec salva

Aprendi a beber vinho faz pouco. Não tem dez anos. E o Malbec foi aquisição recente. Desta vez, sem nenhum conselho para comprar o vinho. Só mesmo a vontade de fazer uma receita que o incluía como ingrediente especial. A receita não chegou a ser realizada. Além dele, haviam outros itens gourmet totalmente alheios à minha geladeira.  Antes de sair para comprar tudo o que faltava, abri a garrafa e me rendi. Malbec, assim como o Cabernet e o Tempranillo, são uma delícia.

Beber vinho é aprender a distinguir sabores. Não conheço os aromas frutados, nem descrevo a bebida pela baunilha ou o amadeirado. Apenas encaro o fato de que vou abrir uma garrafa e não irei conseguir bebê-la inteiramente. Se estou sozinha, eu me encaixo em pensamentos e procuro sentir se gosto ou não do que experimento. Tranquila. Vinho é um prazer lento. Se não, se perde o gosto e nem se percebe as nuances presentes.

O danado faz a gente parar e ouvir o coração. Ver a cidade. A noite. Curtir as companhias e a comida. Permite aquecer o corpo e deixá-lo mais leve. É vestígio de épocas remotas, cujos brindes remontam imperadores. E hoje, incrivelmente, estão ali também por você.

Em alguns dias, a presença de amigos é imprescindível. Outros, pedem pausa. O vinho ajuda a compreender essa alternância de humores. Com seus sabores e perfume, indica o que vai combinar ou não naquele dia. E se ele está pertinho, beba uma taça e esqueça as 200 calorias incorporadas à sua dieta.

Vinho também é celebração. Passagens bíblicas indicavam isso há tempos. Celebrar a vida, saber que ela é possível, incrível, estimulante. Se você se deixa levar sem medo nem muita frescura. Se você curte companhias, se abre espaço para ciclovias, se de repente deixa o mundo de lado e vai conferir o mundo que há em você.

Tem horas que, assim como brigadeiro e abraço, só um Malbec salva. Na absoluta falta de vontade de abrir um vinho, abra espaço para experimentar coisas novas. E viva. Vale a pena.

Carlota

07042014

2 comentários:

  1. Assim como você, fui aprendendo a beber, ou melhor, a gostar de vinho aos poucos e há pouco tempo. Mas, sem dúvida, ele potencializa todos os prazeres, seja o de viver, o de namorar, ou mesmo o de estar só com seus pensamentos. Tudo fica mais gostoso, mesmo que seja apenas uma tacinha.

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  2. Comentário gostoso vindo de você, Marina. Saúde! É beijos :)

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